Há aproximadamente 1 semana, foi divulgado uma entrevista de J.K Rowling em que ela fala de um suposto arrependimento de ter criado o famoso casal ROMIONE (Rony + Hermione).
Todos os potterheads ficaram indignados com a notícia, mais é bom saber que a tão falada entrevista foi MENTIRA. Não totalmente mentira, mais não foi como você está pensando. A Entrevista foi realizada pela famosa atriz do nosso divino Golden Trio (Trio de Ouro), Emma Watson. E Respondido como você supõe pela rainha J.K Rowling. Abaixo estará a real entrevista que foi traduzida pela equipe do POTTERISH.
J.K. Rowling, escritora e filantropa.
Revista Wonderland – Edição de Fevereiro/Março de 2014.
Traduzido por Renan Lazzarin; Revisado por Renato Augusto Ritto.
- Sempre quis lhe perguntar sobre o roteiro que você está escrevendo para a Warner Bros., do Animais Fantásticos…
A Warner Bros. conversou comigo há séculos, dizendo que eles queriam fazer alguma coisa com o Animais Fantásticos. Eu conseguia enxergar o potencial. Tendo escrito algumas coisas para a Comic Relief, eu sabia alguma coisa sobre o Newt [Scamander, o autor fictício de Animais fantásticos]. Eu já tinha imaginado uma pequena história pregressa para ele…
Então, quando a Warner Bros. veio até mim e disse que eles queriam fazer um filme do livro, eu tive esse sentimento simultâneo de “tem um baita potencial” e outro, de leve pânico, “eu sei alguma coisa sobre o Newt e não quero que vocês estraguem isso para mim!”, porque eu sabia quem ele era. Daí eu fui embora e meio que me debrucei sobre o que eu já sabia sobre o Newt, não querendo redigir um roteiro, mas só tentando juntar meus pensamentos para que eu, ao menos, conseguisse lhes dar a história pregressa que eu tinha imaginado, para que a visão deles fosse compatível com o que eu conhecia.
Foi aí que tive um daqueles momentos que deixam você fenomenalmente empolgada como escritora; mas que você também sabe que vai acabar num sem-fim de trabalho. Pensei, “meu Deus, acabou de baixar em mim um enredo inteiro!” Mas eu queria fazê-lo, então fiquei de fato muito empolgada. Não estava pensando em escrever o roteiro eu mesma; pensei, sabe, “vou dar para eles esse enredo” e então – fatalmente – sentei e pensei “como será que seria…” e escrevi o primeiro rascunho em doze dias!
Não era um rascunho maravilhoso, mas mostrava a forma que o roteiro poderia ter. Então foi assim que começou tudo.
- Uau! A Warner Bros. deve ter ficado muito empolgada.
- Você costuma se preocupar, quando tem uma ideia ótima, quando é atingida por um vórtice de inspiração, com não conseguir colocá-la no papel rápido o suficiente?
- Às vezes, a inspiração bate em você em momentos inconvenientes? Tipo quando você está dirigindo, ou enquanto você leva as crianças à escola, e você pensa “agora não!”?
Meu marido costuma me avisar a três quartos de distância que está se aproximando para que eu não dê um grito. É ridículo, porque eu obviamente sei que moro com o meu marido, mas eu sou agitada desse jeito mesmo. Ele se acostumou com o fato de que a minha mente está bem longe e que fico desconcertada quando alguém brota perto de mim.
Mas essa tendência tem suas vantagens, porque eu consigo me concentrar dum jeito que sou capaz de me desligar de todo mundo, escrever, e de fato me comprometer à minha memória. Aí eu já tenho tudo registrado, sabe. Acho que a minha aprendizagem escrevendo os três primeiros Harry Potter sendo uma mãe solteira e não tendo muito apoio se refletiu em eu aprender a ser muito eficiente usando o tempo que eu tinha.
- Você também anunciou que vai colaborar com uma produção teatral.
- Vai ter a Hermione?!
- Parece a coisa mais divertida que eu consigo imaginar!
E daí vemos se alguém conseguiu nos encontrar. Eu pessoalmente gostaria de estar disfarçada, para ter certeza de que ninguém me encontraria.
- GENIAL!
Do que eu escrevi, Relíquias da morte foi uma experiência fenomenalmente emocionante, de longe a minha favorita da série Potter. Não era só uma questão de escrita, mas também de terminar uma história que tinha estado comigo por dezessete anos da minha vida e que tinha significado tanto quanto qualquer criação literária pode significar para qualquer escritor. Não apenas porque transformou minha vida materialmente, o que obviamente aconteceu, mas isso só vem lá embaixo, em quarto ou quinto lugar, comparado com as outras coisas que Harry Potter fez para mim.
Mas espero que o melhor ainda esteja por vir. Nada superará Potter em termos de popularidade, eu já aceitei isso, mas, no meu leito de morte, pode ser que eu olhe para um dos meus livros menos populares e seja daquele que eu sinta mais orgulho, porque, para o escritor, as questões são diferentes.
- Acho que devíamos discutir sobre a Hermione… tenho certeza de que você já ouviu isso milhões de vezes, mas, agora que você escreveu os livros, você tem uma nova perspectiva sobre como você se relaciona com a Hermione e relação que você tem ou tinha com ela?
O que eu vou dizer é que escrevi a relação de Hermione e Rony como uma forma de concretizar um desejo. Foi assim mesmo que tinha sido concebido. A Hermione ficar com o Rony tem a ver com razões que têm pouco a ver com literatura e muito mais com eu me agarrando ao enredo conforme eu o havia imaginado inicialmente.
- Ah.
- Não sei. Acho que há fãs do outro lado que sabiam disso também e que se perguntam se Rony teria sido de fato capaz de fazê-la feliz.
- E vice-versa.
- Eu sei, é heresia.
- Isso é bem interessante, porque quando eu estava fazendo a cena, eu falei para o David Heyman: “isso não está no livro; ela não escreveu isso. Não tenho certeza se estou confortável com insinuar isso, sutil quanto seja.”
- Isso é tão estranho.
- É uma cena bem memorável. É engraçado, porque ela realmente dividiu as pessoas. Alguns amaram a cena e outros não gostaram nada.
- Lembro que eu amava gravar aquelas cenas em que não tinha nenhum diálogo, em que você está meio que tentando expressar um momento do tempo e um sentimento sem dizer nada. Era só eu e o Dan meio que tentando transmitir uma ideia espontaneamente, e foi bem divertido.
- Acho que era o sentido de que, naquele momento, eles precisavam estar juntos, ser crianças e levantar a moral um do outro.
Mas a Hermione sempre está lá com o Harry. Lembro que você me mandou um bilhete depois de ter lido Relíquias e antes de começar a gravar, e disse algo sobre isso, porque, no fim, era uma jornada da Hermione tanto quanto era do Harry.
- Concordo completamente, e o fato de que eles estavam realmente na mesma posição, além de ela ter, de fato, se despedido da família, faz desse um sacrifício também dela.
- Exato.
- Eu amo ela também.
- Acho que faz sentido para mim que o Rony tenha feito amizade com o bruxo mais famoso da escola, porque acho que a vida coloca você de frente com o seu maior e mais doloroso medo constantemente – até que você o supera. A situação se repete sempre.
- É, e até ele chegar lá, as coisas ficam sem resolução. É um assunto não-terminado. Talvez a vida tenha apresentado a ele esse desafio um bocado de vezes, até ele teve que se decidir e se tornar o homem de que a Hermione precisa.
- É, elas gostam dos engraçados.
- Isso certamente é tão importante.
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